Todos os aspectos da produção são abordados pelas técnicas de manejo agrícola, no entanto, é importante destacar que o manejo adequado de plantas daninhas e o controle de pragas e doenças são determinantes para a produtividade final da cultura de soja.
O monitoramento da lavoura deve ser feito desde a semeadura até a colheita para garantir que as pragas ou doenças não atrapalhem o desenvolvimento. A Embrapa propõe o manejo fitossanitário integrado, que inclui o monitoramento de insetos-pragas e inimigos naturais, doenças iniciais e tardias, bem como plantas daninhas.
Quando falamos de controle de pragas na cultura da soja, o intuito é detectar, controlar e evitar prejuízos na qualidade do produto e na rentabilidade da safra. Por isso, um manejo eficaz precisa ser realizado.
MANEJO DE PRAGAS
A melhor abordagem é a identificação precoce, antes que o nível populacional cause danos econômicos significativos à cultura.
Para isso, é necessário investir em um sistema de monitoramento contínuo durante todo o ciclo produtivo. Isso permite que qualquer sinal de infestação seja detectado rapidamente e que o controle fitossanitário seja implementado.
A detecção de pragas na lavoura de soja requer a observação minuciosa de insetos em diferentes etapas de desenvolvimento, além da atenção em relação aos sintomas que indiquem infestação. Para ser feita eficientemente, é necessário um especialista agrícola que acompanhe o cultivo, com domínio para reconhecer a presença de insetos antes de causar danos prejudiciais ao resultado da safra.
Lembrando que, dependendo da espécie e da extensão da infestação, os sinais podem incluir manchas, desfolhamento, morte de plantas e outros problemas. É crucial examinar cuidadosamente as raízes, folhas, hastes, flores e frutos em busca de quaisquer invasores ou sinais de doenças.
Conheça agora algumas das principais pragas que podem acometer a safra de soja.
PRAGAS NA SOJA
Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea)
O Percevejo-castanho tem sua infestação esporádica, seu ataque é severo e pode ser confundido com deficiência nutricional por causar o definhamento, e até a morte da planta.
A grande dificuldade é na detecção dessa praga secundária, tendo em vista que ela se localiza no solo da plantação.
Métodos como o controle biológico, com a utilização de fungos e a aração do solo podem trazer bons resultados para a lavoura.
O controle por defensivos só é recomendado em áreas propensas à proliferação do inseto.
Os hábitos subterrâneos do percevejo dificultam a efetividade desses produtos.
Lagarta-elasmo ou Broca do colo (Elasmopalpus lignosellus)
Geralmente esses insetos enfatizam com ambientes de solos secos e arenosos, fator que contribui para a proliferação da espécie.
Pode ser vista nas culturas da soja, algodão, feijão, milho, entre outras. Seu sintoma é característico e forma abrigos no interior do caule, causa enfraquecimento e até mesmo a morte da planta. Seus danos são mais frequentes até os 30 dias após a emergência da lavoura.
O uso de inseticidas sistêmicos no tratamento das sementes e aplicações de produtos químicos são métodos de controle e prevenção dessa praga, além do retorno da umidade no solo.
Corós (Phyllophaga cuyabana)
Esta praga ataca as plantas em duas fases de seu desenvolvimento: as larvas do Coró se alimentam das raízes das plantas, dificultando a absorção de água e nutrientes para um bom crescimento da cultura. Já os insetos na fase adulta se alimentam de outras partes da vegetação, como o caule e as folhas.
O controle pode ser feito pelo tratamento de sementes que inibem a proliferação do inseto, controle biológico e também com o uso do inseticida no sulco de plantio.
Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)
A lagarta-falsa-medideira é um inseto de coloração verde-claro, com listras brancas e pontuações pretas no corpo. Caracteriza-se pelo hábito de medir palmo e pode mudar de cor conforme a sua alimentação.
Ela ataca principalmente a parte vegetativa da planta de soja, causando uma desfolha intensa, especialmente quando a cultura atinge sua fase reprodutiva.
Além do controle genético, o agricultor deve aplicar outras técnicas de manejo integrado, como o controle de inseticidas químicos, priorizando a rotação de princípios ativos, especialmente durante a fase de fechamento das fileiras.
Mosca-branca (Bemisia sp.)
A mosca-branca é um inseto capaz de produzir danos diretos e indiretos na planta da soja. Os danos diretos são causados durante a sua alimentação, uma vez que ele suga a seiva da planta. No entanto, são os danos indiretos que devem preocupar o sojicultor. Isso porque, durante a sua alimentação, esse inseto sugador libera parte da seiva sugada na planta, favorecendo a formação do fungo fumagina (Capnodium sp.), que torna as folhas enegrecidas.
Vale lembrar que o fungo pode ser transmitido tanto pela mosca-branca adulta quanto pela ninfa, em todo o ciclo de desenvolvimento da soja. No entanto, os ataques podem ser mais intensos na fase de enchimento de grãos e pode ser favorecido pela estiagem e pelo clima quente.
O controle desse inseto-praga pode ser feito com a aplicação de inseticidas químicos, controle biológico, controle cultural e com a rotação de culturas.
Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)
Também conhecido como bicudo-da-soja, este inseto-praga pode atacar a lavoura tanto na fase larval quanto na fase adulta. Ambos consomem o tecido das plantas, sendo que os ataques geralmente ocorrem em reboleiras e são mais intensos em propriedades que utilizam o Sistema de Plantio Direto (SPD).
Vale lembrar que o período mais crítico de ataque é na fase inicial da safra, quando as plantas ainda são jovens. Assim como os demais casos, a melhor forma de controlar o bicudo-da-soja é investir na aplicação de técnicas de manejo integrado. Isso porque o monitoramento com amostragem nos talhões, a rotação de culturas e o tratamento de sementes são medidas fundamentais para proteger a lavoura do ataque dessa praga.
Lagarta helicoverpa (Helicoverpa armígera)
Essa praga tem alta capacidade de reprodução e adaptação, se reproduzindo em diferentes condições climáticas, além de ser resistente a alguns inseticidas. Ela também tem um poder de proliferação rápida.
Seu ataque contempla especialmente as vagens da soja, prejudicando assim a produtividade. O seu controle pode ser feito por meio produtos químicos ou biológicos e de cultivares Bt.
Lagartas do Complexo Spodoptera (S. frugiperda, S. cosmioides e S. eridania.)
S. frugiperda, S. eridania e S. cosmioides são as lagartas do complexo Spodoptera. Elas podem ser encontradas principalmente nas culturas de soja, algodão e milho.
Saber identificá-las é fundamental para o controle adequado em relação ao método e momento de aplicação.
O manejo deve ser planejado por serem inseto-pragas capazes de provocar desfolha, abortamento de flores e vagens, e danos diretos aos grãos devido à perfuração da vagem.
O controle químico ou biológico, após um monitoramento eficaz da lavoura, é a melhor opção para um controle efetivo.
VOCÊ PRECISA SABER!
O monitoramento das pragas agrícolas envolve não apenas abordagens práticas, mas também a compreensão técnica dos sintomas, sempre lembrando que a compra e a aplicação de produtos químicos em sua lavoura devem ser prescritas e acompanhadas por um profissional engenheiro-agrônomo.
Nesse sentido, conte com o time ORÍGEO! Estamos ao lado do agricultor, fazendo da sua fazenda o nosso escritório. Através do nosso modelo de atendimento inovador, nós dispomos de uma equipe de consultores técnicos para identificar a necessidade cotidiana da sua lavoura e oferecer os melhores insumos.