Estresse hídrico no desenvolvimento da soja

O cultivo da soja para a safra 23/24 no Mato Grosso alcançou 60% no dia 24 de outubro de 2023, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). Apesar do avanço, a semeadura do grão no estado está atrasada 6,94 pontos percentuais em comparação ao mesmo período de 2022.

 

Conforme os dados do órgão norte-americano NOAA, nos próximos dias, espera-se que a maior parte do Mato Grosso receba volumes de chuvas variando de 5 a 15 mm, o que pode beneficiar o ritmo dos trabalhos no campo. No entanto, as preocupações persistem em relação à distribuição das precipitações e aos volumes de chuvas nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, que ainda não atingiram os níveis necessários.

 

Segundo o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Fernando Cadore, as chuvas irregulares são as responsáveis pelo atraso.  Além disso, as altas temperaturas e o tempo muito quente devem colocar em risco os plantios já semeados. 

 

Fatores climáticos são extremamente relevantes para o desenvolvimento de uma safra, e o que normalmente é esperado nos períodos de primavera e verão é uma disponibilidade hídrica considerável.

O CLIMA NO CERRADO

O clima predominante no domínio do Cerrado é o Tropical Sazonal, de inverno seco. A temperatura média anual fica em torno de 22 – 23 °C, sendo que as médias mensais apresentam pequena estacionalidade. 

 

As máximas absolutas mensais não variam muito ao longo dos meses do ano, podendo chegar a mais de 40 °C. Já as mínimas absolutas mensais variam bastante, atingindo valores próximos ou até abaixo de zero, nos meses de maio, junho e julho.

 

Em geral, a precipitação média anual fica entre 1200 e 1800 mm. Ao contrário da temperatura, a precipitação média mensal apresenta uma grande estacionalidade, concentrando-se nos meses de primavera e verão (outubro a março), a qual é a estação chuvosa. No período de maio a setembro os índices pluviométricos mensais reduzem-se bastante, podendo chegar a zero, disto resulta uma estação seca de 3 a 5 meses de duração. 

 

Curtos períodos de seca, chamados de veranicos, podem ocorrer em meio a estação chuvosa, ocasionando danos para a agricultura, principalmente se acompanhados por fenômenos como o El Niño. 

 

Uma possível consequência desses períodos de seca é o estresse hídrico nas lavouras.

AFINAL, O QUE É ESTRESSE HÍDRICO?

O estresse hídrico pode ser descrito como uma condição em que ocorre o excesso ou o déficit de água para suprir a necessidade hídrica da planta. Algumas plantas são mais suscetíveis a essas condições do que outras (AVOZANI, 2021).

 

A disponibilidade hídrica é um dos fatores climáticos de maior importância na produtividade da soja, e o acompanhamento das previsões do tempo é essencial para um melhor planejamento da safra, evitando perdas que podem ocorrer por estresse hídrico.

 

A água representa cerca de 90% do peso da planta de soja e atua em todos os processos fisiológicos e bioquímicos existentes nesta cultura. Por isso, a disponibilidade de água no solo é um fator determinante para o seu pleno desenvolvimento, principalmente nas fases de germinação-emergência e floração-enchimento de grãos.

EFEITOS DO ESTRESSE HÍDRICO NA SOJA

Os principais efeitos do estresse hídrico em soja são:  

— Redução da fotossíntese; 

— Redução da fixação biológica de nitrogênio; 

— Distúrbios nutricionais: sem água não há nutrição das plantas; 

— Distúrbios hormonais: menor síntese de hormônios promotores, giberelinas, auxina e citocininas e maior síntese de hormônios inibidores, etileno e ácido abscísico; 

— Antecipação e desuniformidade da floração; 

— Abortamento de flores e vagens;  

— Retenção foliar/caule verde; 

— Menor formação de sementes na vagem;

— Aumento na suscetibilidade a doenças e pragas:  

— Senescência antecipada de folhas;

Na fase de enchimento dos grãos pode haver redução no tamanho e peso, além de aumentar o teor de grãos verdes, pois a falta de água prejudica a atividade das enzimas responsáveis pela degradação da clorofila.

 

Um efeito visível da escassez de água, é a redução do crescimento da planta. Esse efeito ocorre devido ao encolhimento da célula, conhecido como perda de turgidez, prejudicando o crescimento celular e resultando em uma planta com seu tamanho reduzido. 

 

Outra característica da planta que está passando por carência de água é a redução de área foliar devido ao abortamento de folhas, o que ocorre quando a planta tem um bom desenvolvimento das folhas e entra em uma fase de déficit hídrico, provocando a senescência e queda das mesmas.

 

VOCÊ PRECISA SABER!

Os impactos do El Niño devem se estender por toda a safra 23/24, segundo meteorologistas. Segundo o NOAA, o fenômeno pode começar a enfraquecer no início de 2024, e o pico de intensidade deve ocorrer entre outubro e dezembro de 2023. Até lá, a previsão é de que o Brasil tenha diferentes alterações climáticas em seu território. 

Isso pode resultar em maiores dificuldades na hora da semeadura da soja, que está em campo em períodos com maior influência desse fenômeno.

 

No contexto atual, se torna cada vez mais frequente os extremos climáticos e as irregularidades de distribuição das chuvas, resultando no estresse hídrico, que pode ter um impacto significativo na produtividade da sojicultura. 

 

Entender sobre fatores como El Niño e La Niña e o monitoramento climático antes e durante a safra são essenciais para superar os desafios agrícolas contemporâneos. Quanto a isso,  conte com a ORÍGEO.  Temos um time de especialistas que está no dia a dia da sua fazenda entendendo as necessidades e oferecendo os melhores produtos e soluções para a sua lavoura, desde antes do plantio até depois da colheita.

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